17/11/2009 21:58
Pesquisa inédita da UnB revela alta taxa de suicídio entre os bancários do país
Sofrimento é provocado, sobretudo, pelas péssimas condições de trabalho. Entre 1996 e 2005, 181 bancários suicidaram-se no Brasil, segundo estudo
As péssimas condições de trabalho nos bancos estão levando centenas de bancários ao suicídio. A revelação consta de pesquisa inédita elaborada pela Universidade de Brasília (UnB), para quem as principais causas da média de um suicídio a cada 20 dias são as pressões para o cumprimento de metas, a falta de funcionários para muitas tarefas, o assédio moral e as perseguições gratuitas. O medo de desemprego ou de retaliações também abre brecha para que cada vez mais bancários deem cabo de sua própria vida.
A pesquisa da UnB constatou que 181 bancários suicidaram-se no Brasil, entre 1996 e 2005. O pesquisador Marcelo Finazzi, mestre em Administração pela Universidade de Brasília e autor da dissertação “Patologia da solidão: o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho”, afirma que o “estudo demonstrou que qualquer pessoa considerada normal está sujeita a passar pelo mesmo processo”. Ele diz ainda que, “por mais equilibrada que seja a pessoa, caso não encontre soluções práticas para livrar-se das causas do sofrimento, seja por meio de uma remoção para outro setor na empresa, seja por troca de emprego ou aposentadoria, a possibilidade de adoecimento é enorme; alguns somatizam doenças físicas, outros desenvolvem transtornos mentais”.
O estudo da UnB associa a taxa de suicídios e doenças do trabalho às transformações ocorridas no mercado financeiro, a partir da década de 90. No período, 430 mil bancários foram demitidos no Brasil. O levantamento aponta que, se antes os bancos tinham lucros com a inflação, a partir de 1995 o papel do bancário mudou, passando a ser vendedor e consultor. Em virtude disso, as cobranças se acentuaram e o vínculo estabelecido entre as empresas e o trabalhador mudou bruscamente, passando a ser de submissão.
Diante desses abusos, o estudo da UnB aponta a necessidade de humanização das relações de trabalho nos bancos. Para o pesquisador Marcelo Finazzi, “falta o cumprimento da legislação trabalhista e metas de produção condizentes com a capacidade física e psicológica dos funcionários, assim como o treinamento dos gestores para lidar com os conflitos”. Infelizmente, segundo ele, o suicídio tem sido o desfecho trágico de muitos trabalhadores que sucumbem às violências do trabalho.
As péssimas condições de trabalho nos bancos estão levando centenas de bancários ao suicídio. A revelação consta de pesquisa inédita elaborada pela Universidade de Brasília (UnB), para quem as principais causas da média de um suicídio a cada 20 dias são as pressões para o cumprimento de metas, a falta de funcionários para muitas tarefas, o assédio moral e as perseguições gratuitas. O medo de desemprego ou de retaliações também abre brecha para que cada vez mais bancários deem cabo de sua própria vida.
A pesquisa da UnB constatou que 181 bancários suicidaram-se no Brasil, entre 1996 e 2005. O pesquisador Marcelo Finazzi, mestre em Administração pela Universidade de Brasília e autor da dissertação “Patologia da solidão: o suicídio de bancários no contexto da nova organização do trabalho”, afirma que o “estudo demonstrou que qualquer pessoa considerada normal está sujeita a passar pelo mesmo processo”. Ele diz ainda que, “por mais equilibrada que seja a pessoa, caso não encontre soluções práticas para livrar-se das causas do sofrimento, seja por meio de uma remoção para outro setor na empresa, seja por troca de emprego ou aposentadoria, a possibilidade de adoecimento é enorme; alguns somatizam doenças físicas, outros desenvolvem transtornos mentais”.
O estudo da UnB associa a taxa de suicídios e doenças do trabalho às transformações ocorridas no mercado financeiro, a partir da década de 90. No período, 430 mil bancários foram demitidos no Brasil. O levantamento aponta que, se antes os bancos tinham lucros com a inflação, a partir de 1995 o papel do bancário mudou, passando a ser vendedor e consultor. Em virtude disso, as cobranças se acentuaram e o vínculo estabelecido entre as empresas e o trabalhador mudou bruscamente, passando a ser de submissão.
Diante desses abusos, o estudo da UnB aponta a necessidade de humanização das relações de trabalho nos bancos. Para o pesquisador Marcelo Finazzi, “falta o cumprimento da legislação trabalhista e metas de produção condizentes com a capacidade física e psicológica dos funcionários, assim como o treinamento dos gestores para lidar com os conflitos”. Infelizmente, segundo ele, o suicídio tem sido o desfecho trágico de muitos trabalhadores que sucumbem às violências do trabalho.