16/10/2015 09:29

Greve dos bancários completa 11 dias com forte adesão na Caixa

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No 11º dia de greve da categoria bancária, os banqueiros insistem em manter a intransigência e continuam em silêncio diante do movimento. Nesta sexta-feira 16, a greve se fortalece em todo o Brasil, com a adesão crescente dos empregados da Caixa. Até o momento, não há perspectivas de retomada das negociações com a Fenaban, que permanece com a proposta rejeitada: reajuste de 5,5%, abaixo da inflação (9,89%), e abono de R$ 2.500.

“Os bancos podem, sim, dar aumento real para a categoria. Eles são os verdadeiros responsáveis pela greve, que já completa 11 dias. Isso é um desrespeito com os trabalhadores, com os clientes e a sociedade. Mas não iremos recuar até que seja oferecida uma proposta digna, com aumento real, melhoria nas condições de trabalho, mais contratações e combate às metas abusivas e ao assédio moral”, afirma Áureo Júnior, presidente da Apcef Ceará.

Bancos oferecem pouco, mas cobram muito

A tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, revela as altas taxas anuais cobradas por bancos mais populares e que estão entre os seis maiores do país: Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC.

Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461,24%, e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, que cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo.

Somente no primeiro semestre deste ano, as oito maiores instituições que atuam no Brasil lucraram R$ 41,5 bilhões, o que torna inaceitável a alegação de que não é possível atender as reivindicações dos trabalhadores. A resposta dos bancários não poderia ser outra senão greve.

Reivindicações dos bancários

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real); PLR: 3 salários mais R$ 7.246,82; piso: R$ 3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último); Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional); Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários; garantia de emprego; Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, igualdade de oportunidades, entre outros.

Já entre os itens específicos da Caixa, destacam-se: contratação de mais empregados, fim do GDP, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, garantia do Saúde Caixa na aposentadoria (inclusive para os que saíram pelo PADV), fim do voto de Minerva na Funcef, imediata incorporação do REB ao Novo Plano, fim da restrição de dotação orçamentária para horas extras e extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os admitidos a partir de 1998. 

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