20/04/2015 08:35

Empregados da Caixa denunciam, de novo, condições de trabalho precárias no Edifício Sede

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Fonte: SEEB CE

Elevadores ora funcionam, ora não. Sem ar condicionado e agora, sem água mineral. Para os empregados do Edifício Sede da Caixa Econômica Federal, esses problemas já estão virando rotina.

Em março, o Sindicato dos Bancários do Ceará e a Apcef chegou a paralisar parcialmente o prédio por falta de elevadores e o banco assumiu alguns compromissos, como colocar os três equipamentos funcionando na semana seguinte. De fato, após o protesto e uma reunião do Fórum Regional de Condições de Trabalho, os três elevadores passaram a funcionar, mesmo o banco não cumprindo o prazo estabelecido por ele mesmo. Entretanto, em menos de 15 dias, os equipamentos já estavam apresentando problemas novamente. Agora, às vezes funcionam dois, ora funciona somente um e os empregados voltaram a ter que usar as escadas. A questão é que o prédio tem 18 andares e uma escada estreita.

Além do problema com os elevadores, há setores dentro do Edifício Sede mudando de lugar por ocasião de reformas internas, mas essas mudanças são realizadas sem que a infra-estrutura esteja completa: não há, muitas vezes, divisórias, ambiente adequado, e até mesmo ar condicionado em algumas dependências.

Aliás, o ar condicionado é outro calvário enfrentado pelos empregados, pois a central de ar é antiga e funciona precariamente, não dando vazão à demanda. O ambiente só é mais ventilado onde há splits instalados, o que não acontece em todos os setores.

Como se não bastasse toda essa peleja, se o empregado desistir de enfrentar a fila do elevador e optar por subir de escada, quando chegar no seu andar não terá sequer água mineral para beber. Segundo denúncias que chegaram ao Sindicato, a distribuição de água mineral, de responsabilidade da Gilog, não está sendo feita.

Há ainda uma indefinição quanto ao setor de Telemarketing. A Caixa enviou à Fortaleza um representante da gerência nacional de Infra-Estrutura para acertar a transferência do setor para outro prédio. O banco informou que a definição aconteceria até o dia 31 de março, mas até agora, nada.

O Sindicato dos Bancários lembra que já há na Procuradoria Regional do Trabalho um processo contra o Edifício Sede da Caixa por más condições de trabalho. “O Sindicato dos Bancários já pediu agendamento de uma nova reunião do Fórum para tratar desses assuntos e de pendências nas agências e estamos aguardando agendamento com as áreas responsáveis”, informou o diretor do Sindicato, Jefferson Tramontini.

“Hoje, se houver uma emergência no prédio, não dá tempo nem de evacuar, pois as escadas não estreitas e os elevadores não funcionam adequadamente. Estamos aguardando e pressionando para que o Fórum se reúna, mas se demorar, vamos tomar outras providências. Já paramos o prédio parcialmente uma vez e, se os problemas persistirem e nada for feito, nós vamos parar de novo por um dia todo ou até mais, se for necessário”, conclui Tramontini.

Telemarketing também sofre com péssimas condições de trabalho

Na última quarta-feira, dia 15/4, os trabalhadores do setor de telemarketing do Edifício Sede paralisaram as atividades durante toda a manhã em protesto contra as péssimas condições de trabalho no prédio. A lista é grande: baratas nos pontos de atendimento, cadeiras quebradas, falta de manutenção nos banheiros (sem até mesmo papel higiênico), água com gosto ruim. Além disso, os trabalhadores reclamam ainda de descontos indevidos dos planos de saúde, não fornecimento de vale-refeição e vale-transporte em escalas de feriados e limitação até para ir ao banheiro. Segundo denúncias dos funcionários, os gestores orientam os trabalhadores a só ir ao banheiro no período equivalente às pausas previstas na NR-17.

Ainda segundo denúncias, até o dia 16/4 havia funcionários que não tinham recebido os vales-transportes do mês e desde janeiro, alguns recebiam menos de um salário mínimo, quando deveriam estar recebendo o piso da categoria.

Após a manifestação do dia 15, os trabalhadores entregaram um documento à empresa prestadora de serviços, Plansul Planejamento e Consultoria, cobrando uma reunião para debater os problemas. A empresa ficou de agendar uma data, mas até o fechamento desta edição, nada havia sido acordado. No Edifício Sede trabalham cerca de 450 trabalhadores entre os andares 14º e 16º.

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