12/05/2011 09:38

Contraf-CUT quer revogar resoluções do BC sobre correspondentes bancários

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A Direção Nacional da Contraf-CUT aprovou documento nesta quarta-feira 11 condenando os recentes resoluções do Banco Central que ampliam o escopo de atuação dos correspondentes bancários, colocam em risco o futuro da categoria bancária, precarizam o trabalho, levam à exclusão social e trazem mais riscos para as transações financeiras. O posicionamento da Contraf-CUT (veja a íntegra abaixo), definido por consenso ao final de dois dias de reunião em São Paulo, também condena a política de juros altos do Banco Central, que freará o desenvolvimento econômico, e manifesta apoio à campanha pela reforma tributária lançada pela CUT Nacional.

No segundo dia do encontro, a economista Maria Alejandra Caporale Madi, professora do Instituto de Economia da Unicamp, fez uma exposição sobre a evolução dos normativos do Banco Central desde 1973, quando foi criada a figura dos correspondentes bancários, culminando com as resoluções 3.954 e 3.959, respectivamente de 24 de fevereiro e 31 de março de 2011.

'Bancarização sem bancários'

"É uma regulamentação que normatiza o funcionamento dos correspondentes bancários, que agora fazem parte de um modelo de negócios dos conglomerados financeiros", afirmou a professora da Unicamp na sua explanação. "O Banco Central está tornando o sistema mais complexo, flexibilizando as condições de atendimento, além de precarizar as relações de trabalho e promover o avanço da terceirização e da quarteirização na prestação de serviços financeiros. É a bancarização sem bancários."

O economista Miguel Huertas, da subseção do Dieese na Contraf-CUT, apresentou estudo comparativo entre os bancários e comerciários, categoria em que a maioria dos correspondentes bancários está classificada. "São categorias bem distintas do ponto de vista salarial, faixa etária, escolaridade e jornada de trabalho. O salário médio dos comerciários é apenas 25% da remuneração dos bancários, o que explica o interesse dos bancos nos correspondentes bancários", disse o economista do Dieese.

No primeiro dia da reunião da Direção Nacional da Contraf-CUT, na terça-feira 10, na parte da manhã o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Lula, Luiz Dulci, fez uma análise de conjuntura política, econômica e social do Brasil. À tarde, o secretário de Finanças da CUT e ex-presidente da Contraf-CUT, Vagner Freitas, e o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), Pedro Delarue Tolentino Filho, fizeram exposições sobre o sistema tributário brasileiro.

Fonte: Contraf/CUT

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