Após articulação de entidades, Prefeitura de Fortaleza atua na organização das filas nas agências
Foto: Fabio Lima/Jornal O POVO
Com filas cada vez maiores de pessoas em busca do Auxílio Emergencial, as agências da Caixa tornaram-se um espaço que apresenta grave risco de contaminação pelo novo coronavírus. Os representantes dos empregados da Caixa seguem cobrando de forma intensa o Governo Federal medidas eficazes que preservem a saúde de todos e que garantam de forma urgente o sustento dos mais necessitados durante a pandemia. Após articulações locais das entidades representativas e recomendações dos Ministérios Públicos Estadual (MPCE) e Federal (MPF), a Prefeitura de Fortaleza anunciou ações para ajudar na organização das filas fora das agências.
Em vídeo publicado nas redes sociais na segunda-feira (04), o prefeito Roberto Cláudio informou que mobilizou 150 servidores públicos municipais para atuarem em 20 agências da Caixa na capital cearense. A equipe irá organizar as filas, orientar sobre o distanciamento mínimo entre as pessoas, além de distribuir máscaras e álcool em gel. O prefeito disse ainda que será realizado o isolamento das vias no entorno das unidades do banco para que as filas também possam ser organizadas no asfalto a fim de garantir um distanciamento maior entre os clientes.
“A gente já começou o procedimento novo de organização de filas e deve aprimorá-lo, ganhando inclusive mais infraestrutura e já contando também com o apoio da Caixa, para poder evitar essas aglomerações desnecessárias em muitas dessas agências”, afirmou Roberto Cláudio.
Túlio Menezes, diretor da Apcef Ceará e dirigente sindical, destaca que essas medidas anunciadas pela Prefeitura foram resultado da articulação dos movimentos associativo e sindical. “A Caixa teve seu atendimento ampliado de forma emergencial por conta da pandemia, está com a rede sobrecarregada e, por isso, precisa de apoio dos Estados e das Prefeituras para dar conta do atendimento à população de forma segura”, explica.
Luta contra desinformação
Rochael Sousa, presidente da Apcef Ceará, destaca que, apesar do trabalho incansável dos empregados da Caixa, faltam providências fundamentais por parte do Governo Federal para enfrentar essa crise sanitária. “Os nossos colegas estão ainda mais sobrecarregados nas agências e com sua saúde exposta na linha de frente da pandemia, mas o governo precisa tomar providências que orientem, de fato, a população. É urgente, por exemplo, a realização uma campanha de comunicação, que informe amplamente sobre o pagamento desse auxílio. Se não for feito isso, milhares de pessoas desinformadas continuarão indo às agências sem necessidade e se colocando em risco”, afirma.
Descentralização do pagamento
As entidades representativas defendem que o atendimento aos beneficiários do auxílio emergencial deveria ser descentralizado para outros bancos e instituições com o objetivo de evitar as filas e aglomerações. "Outros bancos e instâncias têm que assumir, junto com a Caixa, essa responsabilidade. É impossível prestar o atendimento que a população merece só com a Caixa", afirma Jair Ferreira, diretor da Fenae.
Trabalho aos sábados
Além da mudança no horário das agências durante a semana, que é uma medida apenas paliativa, a Caixa tem adotado a abertura aos sábados para atender a população e tentar aliviar as aglomerações das agências.
A Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa), enviou ofício ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, no dia 30 de abril, para protestar contra o trabalho aos sábados realizado pelos empregados e questionar a forma de remuneração sobre a jornada de trabalho no feriado de 21 de abril.
A Confederação também cobrou do banco a remuneração de 100% das horas trabalhadas no feriado de 21 de abril e dos sábados, 25 de abril e 2 de maio, como horas extras e seus reflexos para todos os empregados envolvidos, inclusive os gerentes gerais. Além da relação das agências listadas para funcionar no dia 2 de maio, a quantidade de empregados abrangidos, bem como a relação daqueles que optaram livremente por trabalhar nesse período.
Saúde em primeiro lugar
Desde o início da pandemia do coronavírus, as entidades representativas dos empregados vêm cobrando da direção do banco medidas protetivas para os trabalhadores e para a população que recorre às unidades da Caixa. Com o anúncio do pagamento do auxílio emergencial, as condições de trabalho ficaram ainda mais precarizadas, devido a maior exposição ao contágio do Covid-19. A preocupação principal sempre foi com a saúde dos empregados e das pessoas que vão as agências.