20/07/2017 10:34

Apcef Ceará repudia projeto de desmonte da Caixa

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Na última segunda-feira (17), a direção da Caixa divulgou mudanças que atacam, mais uma vez, a empresa e seus empregados. As medidas anunciadas preveem, por exemplo, a extinção de filiais e a migração de trabalhadores. Outra mudança foi a realizada no normativo RH 205, ampliando o programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) para todos os bancários e bancárias com função.

No mesmo dia, começou o prazo para aderir ao Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), cujo anúncio de reabertura ocorreu na sexta-feira (14). O objetivo é reduzir o quadro de pessoal em até 5.480 empregados. Somados aos cerca de 4.600 que se desligaram no primeiro semestre de 2017, poderão ser 10 mil trabalhadores a menos nas unidades de todo o país, em um prazo de poucos meses.

Somos contra o fechamento dos pontos de venda, o PDVE e a reestruturação da forma que está sendo feita. Tudo isso fragiliza o atendimento, precariza as relações trabalhistas e faz com que a Caixa perca a referência na execução dos programas sociais. O clima é de muita apreensão, pois não haverá reposição das vagas que surgirão com o PDVE. Teremos também a redução das funções de confiança. Fica claro que a direção da empresa está empurrando essas mudanças, sem que haja negociação”, afirma o presidente da Apcef Ceará Rochael Sousa.

“Com menos trabalhadores, agências e áreas meio são fechadas. Quadro de pessoal e estrutura menores resultam em atuação menor da empresa. E tudo isso justifica novas reduções e demissões. No final desse círculo vicioso, acaba-se com um banco forte e comprometido com o país e os brasileiros. É a volta do projeto da década de 90”, aponta o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

De acordo com a mensagem enviada a toda a categoria, as mudanças que integram o processo de reestruturação estão concentradas nas Vice-Presidências de Logística (VILOG), Governo (VIGOV), Habitação (VIHAB), Fundos de Governo (VIFUG), Finanças e Controladoria (VIFIC), Gestão de Pessoa (VIPES) e Tecnologia da Informação (VITEC). Processos relacionados a FGTS, repasses, programas sociais e habitação, justamente entre os mais demandados pela população, estão entre os que serão impactados diretamente.

Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), observa que a direção da Caixa se comprometeu a discutir reestruturação na mesa permanente antes de qualquer implementação. “Não houve negociação com os representantes dos trabalhadores, o mesmo em relação à volta do PDVE. A estratégia é clara: gerar um clima de terror nas unidades a fim de que mais colegas decidam sair do banco. Já solicitamos uma reunião para tratar desses e outros assuntos com a empresa”, afirma.

Saúde Caixa

Outra questão que vem preocupando os empregados são as propostas de mudanças no Saúde Caixa. Conforme o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2016/2018, cuja vigência vai até 31 de agosto do próximo ano, a regra de custeio do Saúde Caixa prevê que os procedimentos assistenciais sejam custeados em 70% pelo banco e 30% pelos trabalhadores. A Caixa está negociando com o Governo o estabelecimento de um teto de gastos baseado em percentual da folha de pagamento, proposta extremamente prejudicial aos empregados.

“Essa proposta é um desrespeito com os quase 300 mil usuários. Um limitador de participação da Caixa poderá até inviabilizar o plano, pois se o teto for alcançado os custos serão transferidos para os trabalhadores. Sabemos que o Saúde Caixa tem superávit e a única responsável pelos resultados negativos é a direção da Caixa. Não vamos permitir a perda de direitos”, avalia o presidente Rochael Sousa.

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